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Não querem ter mais filhos, como antigamente

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O Correio Braziliense, em matéria assinada por Itamar Melo no dia 19 de setembro deste ano, trouxe à discussão interessante fenômeno dos nossos dias. As pessoas não querem mais ter filhos, como antes, abandonando a mais antiga tradição da humanidade: a procriação. Os meus pais conceberam oito filhos e os meus tios nessa mesma média, chegando alguns a 12 filhos. Os meus irmãos já experimentaram um, dois e quatro filhos. Assim se verifica em todas as famílias. Nessa nova concepção de vida, há os que preferem não abrir mão de seu estilo de vida, gente que simplesmente não gosta de crianças, ou acha que o planeta já está lotado demais e outros ainda porque têm consciência de que criar filhos exige muito sacrifício econômico, social e mesmo psicológico.

Colocar alguém no mundo em nossos dias é, definitivamente, uma temeridade. A ameaça do desemprego e a crise econômica não sai do nosso cotidiano. A educação pública é um desastre e a particular é caríssima. O sistema de saúde coloca em constante risco à vida de todos nós e, especialmente, das crianças. A insegurança começa no portão das nossas casas e nos acompanha em todo o percurso. Portanto, é uma temeridade colocar novas vidas nesse inferno. Grande parcela da população, entretanto, ainda não alcançou essa consciência. Pela falta de educação. As parcelas periféricas da população ainda continuam procriando de forma irresponsável e sem levar a mínima consideração para o futuro das crianças. A mudança de concepção, onde se verificou, alterou substancialmente os conceitos de ter ou não ter filhos. Há algum tempo, casar e não ter filhos logo provocava uma desconfiança na sociedade local. Questionavam se marido ou mulher tinham algum problema de fertilidade e começavam até mesmo discriminação. Hoje, há uma novidade: não ter filhos ganhou força como movimento e estilo de vida. Em uma escolha consciente e sem culpa, muitos casais preferem abrir mão da prole para não abrir mão de outras coisas e a pressão social não mais se evidencia com a mesma intensidade de alguns anos atrás; mas não está eliminada por completo a desconfiança do passado, acreditem.

Ainda, segundo a reportagem do Correio Braziliense, no Brasil, os lares sem filhos apresentam tendência de aumento: dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a proporção de famílias formadas por casais sem filhos pulou de 15% para 20% em uma década, de 2005 a 2015. A consequência desagradável nessa nova forma de vida, que parece ser a melhor, sem dúvida, nem se imagina que continuássemos como antes, "empilhando" filhos, é que repercutirá na mão de obra e na previdência para pagar os aposentados. Serão milhões de aposentados e menos trabalhadores contribuindo para sustentar o sistema. Somado a isso, todos os problemas de gestão do sistema previdenciário que agravará sempre mais e mais. Alguns países já experimentaram ver a sua população envelhecida, com poucos jovens para dar seguimento ao sistema de rodízio na sustentação do sistema.
É urgente que alguém traga essa preocupação à pauta. Ou vamos nos preocupar em resolver quando o problema for consumado? Vai ser muito mais difícil de resolver, como todos os nossos problemas, que só são enfrentados tardiamente.

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